Aos perdidos no deserto.

Olá prezado navegante, o que o fez cair aqui neste ambiente árido e sem vida (quase nenhuma)? Este lugar não é pra você. Não estou querendo expulsá-lo, porém! Fique à vontade.

Deixe-me contar - já que está por aqui - o motivo da criação deste ponto no meio do nada de um mar de IPs e máscaras de sub-rede. Mas antes, acho que posso mencionar que este blog já teve alguns nomes: fl4v10, tremdeler, poráguabaixo e outros de que eu não me lembro. Porém acho o atual nome mais adequado já que não possuo seguidores e apenas eventualmente recebo a visita de algum incauto redirecionado por motivo que foge a minha compreensão. Entrou em uma trilha e se perdeu?

Volto à razão da criação do blog, se o senhor ou senhora ainda estiver aí, que reverbera vazios verbos - e artigos, e adjetivos, etc - ao vento arenoso dos bytes. Certamente, se o ilustre visitante escreve e se goza de relativa autocrítica e cuja vaidade não interfere excessiva, deve já ter jogado fora alguns de seus escritos. O problema disto é que se perde alguma coisa boa dentre as tantas coisas ruins. Perde-se também um pouco da própria história literária (ainda que questionável ou incipiente). Como vamos perceber que evoluímos se separamos só um pequeno texto que ficou bom? Neste sentido criei um depósito de meus escritos. Confesso que a intenção era também me forçar a escrever já que poderia - algo que não se concretizou - ter eco em algum leitor que seguisse este espaço.

Assim, sem mais, o espaço existe. E existe só para mim (na maioria do tempo). Caso queira sinalizar na areia um traço de presença humana, fique a vontade para deixar um recado após o sinal!! E obrigado pela visita!

BEEP.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Furo no Futuro - Parte IV


Furo no Futuro - parte IV
O metal frio desliza como se estivesse acariciando a pele da jovem. A blusa de malha havia sido rasgada e a calça jeans jazia em algum canto, a navalha agora não tinha obstáculos em seu caminho. Ele adorava aquela navalha, considerava-a uma peça rústica e sofisticada e por isso não havia resistido ao desejo de tomar posse dela quando seu avô morrera. Agora ela estava limpa e com uma lâmina nova em folha que ao deslizar sobre o corpo de Verônica deixava um suave rastro vermelho. Não havia para ele corpo mais belo do que o dela, seus seios eram do tamanho de peras e seus quadris traziam curvas sinuosas que o levavam à perdição. O toque da navalha tinha que ser suave para que pudesse saborear como um fino vinho que não se bebe aos goles.

Não havia sido como em seus sonhos, os mamilos não estavam enrijecidos e não haviam arrepios gélidos para embelezar o momento, afinal mortos não reagem nem sentem calafrios. Todavia os lábios estavam gelados e já um pouco enegrecidos pelo hálito da morte, e o pequeno rastro de sangue e o acariciar da navalha deixavam-no extremamente excitado. Penetrou pela ultima vez em sua amada, jamais havia sentido tanto desejo e prazer. Sujou-se de sangue e deliciou-se com isto. Deitou-a de bruços e após tentar incessantemente penetrar seu ânus acabou explodindo de prazer e espalhando seu sêmen por todos os lados.

Olhou à volta da velha e pequena casa abandonada úmida e cheia de mato. Haviam se encontrado ali diversas vezes para que o noivo de Verônica não desconfiasse. Não havia teto e nem porta e o mato encobria um pouco a parte frontal do refúgio. Definitivamente não poderia te-la deixado viva até o derradeiro momento como desejava.

Virou-a novamente e olhou seu rosto, amava-a e ela o rejeitara e agora ela estava morta. Recebeu de suas próprias mãos o veneno sem suspeitar misturado em um vinho barato, porém mais caro do que os que costumavam beber. Sentiu-se um pouco frustrado, queria cortar seus mamilos mais como eles não estavam enrijecidos não haveria graça alguma. Olhou bem para o rosto da amada para gravá-lo e em seguida rasgou de dentro para fora da boca a bochecha esquerda e pela primeira vez o sangue jorrou com força, foi então que percebeu que não estava preparado para aquilo, mais não se intimidou. Olhou para o corpo procurando algo que pudesse levar consigo. Gostaria de levar o umbigo, parte que mais gostava, porém não tinha como mantê-lo belo. Decidiu então levar apenas uma mecha de cabelo, cortou-a e partiu pensando que não há mais belo do que dominar a vida e nem mais prazeroso do que sentir-se poderoso ao fazer o que não é permitido.

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Um outro Tales acordou naquela manhã. Estava em um quarto desconhecido e de supetão lembrou-se da noite anterior e do que havia acontecido, pelo menos até certo ponto da noite, depois disso, nada. Onde será que estava? Para onde seu outro eu o haveria levado? Não ficaria esperando para descobrir, e também na fugiria mais. Sairia de onde estava imediatamente, direto para a delegacia. Eles tinham uma aterrorizante estória para ouvir.

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