Bom, vou fazer um exercício para tentar demonstrar o que disse acima. Claro que como já disse neste blog, não sou escritor e estou apenas tentando exercitar algo latente. Mas acredito que como demonstração vai “dar pro gasto”. A ideia é escrever um pequeno texto e depois depura-lo (como dizem os desenvolvedores de código) para que ele tenha o mesmo conteúdo ou produza um efeito similar e seja mais limpo e compacto. Claro que nesses casos o leitor vai ter um trabalho maior para extrair das frases o significado que se deseja expressar. Mas o mais interessante é que muitas vezes a interpretação pode chegar a resultados diferentes, mas não menos válidos, visto que o efeito que se deseja produzir ao escrever é o de um exercício mental em que uma mensagem passa de interlocutor e sofre uma variação a fim de enriquecer seu conteúdo e por ventura possa retornar ao emissor com mais valor agregado. Isto não é um dialogo? Pois é.
Vamos ao texto
Domingo
Eu e meu amigo conversávamos e tomávamos uma cervejinha em um daqueles dias em que a claridade típica de alguns domingos é ostensiva e quase cinematográfica.
Ficamos pensando sobre aquilo e imaginando o que o resto do mundo estaria fazendo. Imaginando como era difícil poder ter um momento como este de completo abandono por tudo que afeta nosso estado de espírito.
Aquela sensação de quando o álcool começa a subir à cabeça junto com a preguiça que o momento permite, além da boa companhia, trazem um sentimento de alegria leve e inocente. E logo aparece a tristeza de saber que aquele momento é passageiro e que amanhã estaremos distantes e voltando à rotina de todos os dias. E sentimos urgência de apreciar este momento que está prestes a acabar.
Agora o equivalente condensado
Domingo
Brindamos à amizade com as pupilas retraídas bombardeadas pela sobrenatural luz do dia vagando sobre outros cotidianos e divagando sobre as virtudes do ócio
Leve torpor de corpo e alma
Consumimos-nos nele com urgência enquanto nos assombra o amanhã