Aos perdidos no deserto.

Olá prezado navegante, o que o fez cair aqui neste ambiente árido e sem vida (quase nenhuma)? Este lugar não é pra você. Não estou querendo expulsá-lo, porém! Fique à vontade.

Deixe-me contar - já que está por aqui - o motivo da criação deste ponto no meio do nada de um mar de IPs e máscaras de sub-rede. Mas antes, acho que posso mencionar que este blog já teve alguns nomes: fl4v10, tremdeler, poráguabaixo e outros de que eu não me lembro. Porém acho o atual nome mais adequado já que não possuo seguidores e apenas eventualmente recebo a visita de algum incauto redirecionado por motivo que foge a minha compreensão. Entrou em uma trilha e se perdeu?

Volto à razão da criação do blog, se o senhor ou senhora ainda estiver aí, que reverbera vazios verbos - e artigos, e adjetivos, etc - ao vento arenoso dos bytes. Certamente, se o ilustre visitante escreve e se goza de relativa autocrítica e cuja vaidade não interfere excessiva, deve já ter jogado fora alguns de seus escritos. O problema disto é que se perde alguma coisa boa dentre as tantas coisas ruins. Perde-se também um pouco da própria história literária (ainda que questionável ou incipiente). Como vamos perceber que evoluímos se separamos só um pequeno texto que ficou bom? Neste sentido criei um depósito de meus escritos. Confesso que a intenção era também me forçar a escrever já que poderia - algo que não se concretizou - ter eco em algum leitor que seguisse este espaço.

Assim, sem mais, o espaço existe. E existe só para mim (na maioria do tempo). Caso queira sinalizar na areia um traço de presença humana, fique a vontade para deixar um recado após o sinal!! E obrigado pela visita!

BEEP.

terça-feira, 12 de maio de 2009

O corredor

O desafio era fechar a porta. Ela se foi. Talvez um dia a reencontrasse e se lembrasse deste agonizante momento em que a dilacerante dor da despedida trespassava-o o peito. Luana não voltaria, fechou-a enfim. Demorou-se um momento ainda de pé imóvel olhando a passagem outrora livre e que agora não se abriria novamente. Voltou-se para o deserto corredor excessivamente iluminado e caminhou. Haviam outras portas mas não quis abri-las. Em nenhuma delas estaria Luana. Uma constante neblina denunciava-se presente rente ao chão, mesmo não existindo. Era apenas um aspecto de realidade que se assume em nossos sentidos de acordo com os sentimentos demasiado intensos que as vezes nos acometem. Era longo o percurso e a resignada calma com que o fazia denunciava a impossibilidade de calculá-lo pela indiferente variável do tempo. Neste lugar ele não existia, se é que existia em algum outro.

A cada passo que dava deixava para trás não só as paredes do corredor, mas também pouco a pouco, como se feitas delas fossem, as lembranças dos momentos que as antecediam. Agora sentia paz e esperança e não pensava em nada. Seu caminhar era automático e seus olhos vislumbravam o poder hipnótico exercido pelas paisagens infinitas e repetitivas. Não havia som, nem silencio.

Foi quando o mundo se fez presente com sua temperatura gélida, seus desagradáveis ruídos e um gosto amargo na garganta seca como também eram os lábios vedados e queimados pelo frio. A pressão de um bocejar fez-se subitamente em seu pálato, mas sua boca permaneceu cerrada ao contrario de seus olhos que forçaram-se à abrir pela primeira vez em 8 meses.

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